04 julho 2008

Coisas de Vó

No último dia 30 fez 16 anos que minha avó foi para o andar de cima. Mesmo que isso tenha acontecido há tanto tempo e eu acredite na doutrina espírita que a morte é apenas uma fase, eu ainda sinto muito pelo que aconteceu.

Vovó era meio índia, meio meiga e muito brava. Era enérgica com as crianças, mas sempre oferecia um docinho no meio da tarde. Era corinthiana, era vaidosa, puxava a orelha do meu pai e batia no cachorro quando ele destruía as plantas delas.

Por ser a neta mais nova, eu passei muito tempo com ela. Dona Maria acreditava que o ideal era a criança aprendesse em casa antes de ir para a escola. Foi a responsável por eu aprender a ver as horas no relógio de ponteiro aos sete anos e a ler e escrever perfeitamente ainda na pré-escola.

A gente ia juntas na feira do domingo, ela fazia um bolo maravilhoso, era somente dela a cozinha nos dias de festa. Lembro dela assoviando as músicas do Roberto Carlos e do radinho de pilha que tocava o programa do Eli Corrêa e do Zé Bettio.

Minha avó foi embora bem diferente do que eu gosto de lembrar. Ficou muito doente. Fico imaginando se ela estivesse aqui como seria. Como estaria o rosto dela com 84 anos agora. Queria que ela conhecesse a pessoa especial que encontrei. Aposto que iam se dar bem.

Sinto saudades. Tenho certeza que vou reencontrá-la e vai ser bom demais.

2 comentários:

Mel disse...

A esperança na vida nos renova mesmo. Que a saudade seja só dos bons momentos. Bjs

Talita Corrêa disse...

Eli Corrêa tem tempo hein. Lembro-me vagamente de qdo minha vó e minha mãe escutavam.

Saudades são inevitáveis. Tenho uma saudadona de uma pessoa querida assim tb.

Ahhhhh... desculpe pelo sumiço.

Bjos