04 junho 2010

Sobre profissões

Há dias atrás a Raquel Cecília, amiga do blog Simples e Original, deixou um comentário no post que falei sobre minha profissão (lê-se: TOC por erros de português) que me fez pensar muito a respeito.

Sou da área de comunicação há 10 anos. Sempre trabalhei com comunicação interna, inclusive uma das minhas pós é em C.I. Atualmente trabalho com a comunicação externa e uma das minhas principais atividades é revisar textos.

Apesar de gostar muito do que faço, não estimulo ninguém a optar por essa área, ela ainda é tido como perfumaria na maioria das empresas. Apenas empresas de grande porte mantem uma área/profisional de comunicação e aí é que está o problema, pois para conseguir uma vaga é um verdadeiro martírio. Há muitas pessoas qualificadas e poucas vagas, disputa complicada. Já perdi várias vagas por não ter inglês fluente, um dos meus pontos fracos.

Meu cunhado está entrado na faculdade agora e quer optar por comunicação (publicidade e propaganda), aconselhei a não fazer isso, são áreas desleais já que a pessoa tem que ser muito boa e há muito apadrinhamento nas empresas.

Se eu pudesse voltar atrás confesso que não faria nada desse tipo. Com a cabeça que tenho hoje, optaria por um curso que é mais adaptável ao mercado, talvez da área de administração, direito, acredito que esses profissionais conseguem se recolocar rapidamente e que não precisam de tantos cursos adicionais para se destacarem.

Aí você me pergunta: E o sonho? A aptidão? Bem, sejamos práticos: você precisa realizar um sonho e depois batalhar muito para se colocar no mercado ou quer um curso superior em uma área que te torne "empregável"? Eu opto pela segunda opção. Me desiludi muito com as áreas, segui meu coração à risca e sofri muito por isso, devia ter sido mais racional, mas naquela época era muito nova e imatura e não tinha ninguém que me aconselhasse.

Talvez você que está lendo tenha uma opinião diferente ou até tenha tido sucesso na carreira que escolheu, e se a segunda opção for sua realidade, você é um vencedor. Não sou radical, juro que não.

6 comentários:

Leticia disse...

Rosi
Sabe que quase fiz uma segunda faculdade? Quando comecei a trabalhar, o mercado estava muito difícil. Hoje em dia é bem diferente, a construção civil está em alta...
Todo mundo que comento que sou arquiteta, acha que a profissão é glamurosa, pensa em decoração e afins... mas ninguém pensa nas madrugadas viradas com projeto na prancheta, nas obras que você visita e nem nos meses sem pegar projetos... vários inclusive.
Quase mudei para computação, que é algo que gosto muito... mas faltaria a parte criativa, sabe?
É um dilema difícil... eu já não aconselho as pessoas a irem para áreas muito difíceis de arranjar emprego... sempre acho que temos que ponderar o futuro x o prazer da profissão.
Beijos
lelê

Fabiana disse...

Rosi! Saudades mulher!

Esse é um assunto complicado, mas que deve ser levado à sério. Eu acho que quando a pessoa é jovem, ótimo, pois faz uma faculdade que vai lhe dar um bom retorno e depois corre atrás do sonho, tem muita gente que faz assim.
Minha cunhada já está formada há mais de 2 anos, e nada de emprego na área dela, e olha que ela é inteligente, tirava sempre as melhores notas, mas os amigos já estão correndo para outras áreas, e isso é muito triste, porque sempre foi o que ela quis para o futuro dela. Ficou tão desanimada que trancou a pós, porque não sabia se iria ter retorno.
O que fazer né? Ficar de mãos atadas! Complicado!

Carmem Tristão disse...

Rosi, você sabe que também sou jornalista e atuo em comunicação (assessoria de imprensa). e, como você, também voltaria atrás e mudaria. faria direito. São 12 anos nessa área, vendo empresários considerarem o serviço despesa e não investimento. apenas grandes empresas que lidam com crise (vide Vale, Petrobras etc.) entendem a real necessidade do serviço. É duro. Hoje estou aqui, matando um leão a cada dia. Tenho certeza que se eu fosse advogada, a coisa seria bem diferente. Até já pensei em voltar pra sala de aula, mas é aquele negócio: tenho marido, mãe (eu a ajudo financeiramente), casa e empresa pra cuidar. não posso parar pra estudar...

blogdaemi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Emilie Poulain disse...

Oi Rosi, assino embaixo do que vc falou. Me formei em Letras...péssima ideia o curso nao me ajuda em nada, ja que nao dou aula. Não é que eu nào queira, mas no estado sem chance, preso pela minha integridade fisica e mental além é claro de precisar de um salario no fim do mes, a renda em casa tbem é reponsabilidade minha! Agora to num super dilema, faço mestrado pra dar aula em faculdade e aproveitar o curso que tenho ou encaro outra graduaçao mesmo que a distancia, tipo ADM? Tenho pensado mto nisso...

Bjs e excelente blog o seu!

Renatinha disse...

Oi Rosi, olha q decisao dificil ne?
Eu fiz pedagogia pq era barato e curto.. e eu ja tinha emprego garantido!
Meu marido fez Geologia e apesar de gostar do assunto, so trabalhou na area por 2 anos, hj o q ele faz nao tem nada a ver com isso e o pior ainda, ele acha q perder 3 anos da vida dele la!

Sonho eh sonho... mas custa caro sonhar as vezes
Bjkas e obrigada pelo seu carinho