UMA MULHER MULTI
Todo profissional de comunicação sonha em trabalhar em uma agência de notícias, publicidade, televisão ou na redação de um jornal, revista. Sonhei com isso também, mas a vida me trouxe ao meio empresarial e gosto muito desse destino.
Conheci Verônica Cobas através da blogosfera. Feito de tudo um pouco nessa vida, a jornalista que se tornou minha amiga virtual pelo seu jeito delicado e inteligente com as palavras, conta um pouco pra gente a sua atribulada rotina:
Por que ser jornalista?
Desde pequena sempre disse que ia ser jornalista. Mas, sem dúvida, foi um desejo inspirado na admiração que tinha dos radialistas que cobriam futebol. Sempre gostei do esporte, sempre torci pelo Flamengo e como na minha época de criança não havia praticamente cobertura de futebol pela TV, concentrávamos toda nossa paixão e curiosidade no ouvido aguçado em direção ao rádio. E assim forjei a ideia de que seria uma jornalista esportiva. Já adolescente, e apesar da ampliação das minhas áreas de interesse – curtia literatura, música e, principalmente, política – continuei focada na carreira. Nunca pensei em nada profissional que não fosse o jornalismo. Entrei na faculdade e já no segundo ano comecei a estagiar. Claro que não foi no jornalismo esportivo. Trabalhei em dois jornais que já não existem mais: Diário de Notícias e Luta Democrática. Ali fazia reportagens da vida da cidade e de política. Sou de uma geração que gostava muito de política, que vivia esse tema em seu cotidiano. Fui uma estudante universitária engajada, participei de centros acadêmicos, mas nunca deixei de gostei de coisas como futebol, cultura, teatro, etc. Quando experimentei a primeira redação de revista, caí no mundinho fashion e televisivo.
Como foi a experiência na redação de uma revista?
Trabalhei em revistas de moda - Magazine – e em revistas de televisão – Amiga, Sétimo Céu, Fatos e Fotos. Tínhamos uma chefe de redação com quem nos reuníamos uma vez por semana para fechar a pauta da edição. De posse do tema da matéria, começava a apuração. Fiz texto de editorial de moda e gostava muito de participar da produção junto com o fotógrafo. Sempre adorei trabalhar com fotógrafo. E durante muito tempo fiz cobertura de novelas, trabalhando nos estúdios da Globo, no Rio de Janeiro, o dia inteiro. Foi uma época bem curiosa porque sempre gostei de televisão e, nessa época, adorava novelas. Estar ali, ao lado de todos aqueles astros e com apenas 21 anos, era uma coisa meio mágica. Entrevistei todos os grandes nomes da televisão brasileira, experiência interessante às vezes e abominável, tantas outras. Com a evolução na carreira, passei de repórter à redatora, trabalhei como free-lancer no Jornal Última Hora, também com cobertura de shows, no Globo, e só alguns depois vivi a experiência de trabalhar com o tema esporte, desta vez na Revista Viva, um projeto do Jornal do Brasil. Depois trabalhei no jornal da Bolsa de Valores e em 1982, quando meu primeiro filho tinha seis meses, fui convidada para trabalhar numa editora que desenvolvia projetos para a indústria farmacêutica. Lá fiquei durante 22 anos, o que acabou se transformando numa especialização para mim.
Onde você trabalha hoje e quais são suas tarefas?
Trabalho há quatro anos em uma outra editora do Rio de Janeiro que também atende à indústria farmacêutica. Minhas funções foram se transformando através dos anos e da experiência acumulada. Comecei escrevendo, depois editando e, como consequência, ganhando muita experiência no trabalho com o design gráfico. Sou uma jornalista especializada em textos científicos e dirigidos à classe médica, mas hoje já ocupo algumas funções comerciais. Na verdade, sou gerente editorial da Diagraphic Editora e coordeno toda a produção que os redatores médicos, revisores e designers realizam. Também acumulo a gerência comercial da empresa, provendo os nossos agentes comerciais de idéias e projetos a serem apresentados aos clientes. Ainda escrevo muito, faço títulos, legendas, apresentações dos projetos, entrevistas, defesas editoriais, além de cartões de aniversário, casamento, bilhetes e afins. Quase uma Fernanda Montenegro em Central do Brasil.
Ser jornalista é...
Ser um escrevinhador da vida, dos fatos, do que vemos com os olhos e contamos através das letras, vírgulas e acentos. É viver de perto situações que sequer lhe pertencem e, mesmo quando pertencem, ser capaz de falar delas com o olhar distante e preciso. Gostar muito do poder de fazer das palavras, gestos. E dos gestos, crença e prazer. Fora tudo isso, é muita ralação, salários nem sempre bons, chefes eventualmente duros...nada muito diferente das outras profissões, a não ser pelo domínio da palavra e do maior ou menor prazer com o nicho de trabalho onde se está inserido. Gostei de tudo que fiz e que, certamente, ainda vou fazer. Descobri, por exemplo, que adoro chefiar equipes, que gosto da ideia de fazer de minhas palavras um estímulo ao conceito de que sempre é tempo de transformar. Já andei dizendo pelos blogs da vida, mas fora os momentos em que ando de primeira marcha, de modo geral acho que posso mudar o mundo. Não podia escolher outra profissão em que não fosse possível falar pra muita gente.
Quer conhecer mais sobre a Verônica? Confira os blogs http://www.criativesse.blogspot.com/ e http://www.eassimquesou.blogspot.com/
6 comentários:
Rosi, você acertou em cheio em entrevistar a Vê! Ela é uma mulher multitalentosa, inteligente, espirituosa, carismática e, ao mesmo tempo, forte e sensível. É uma amiga maravilhosa, generosa e acolhedora. E também uma profissional respeitada e admirada no meio em que trabalha. A entrevista ficou ótima e pude descobrir alguns detalhes que não conhecia... Beijão pra você e obrigada pelos comentários sempre carinhosos nos meus posts!
Rosi querida,
Só posso dizer que me sinto muito feliz com a homenagem. Porque é sempre uma homenagem poder ser voz para outras pessoas, poder contar minhas histórias e fazer delas veículo de alguma informação, conhecimento ou prazer. Legal isso! Só tenho a te agradecer pelo espaço, pelo presente, pelas palavras doces, pelo enorme carinho.
Beijoss!! Vê
Adorei a entrevista.
Interessante que muitas vezes a gente vê um certo "glamour" nessa profissão e não imagina o quanto os jornalistas tem que ralar não é mesmo?!
Exemplo de mulher forte e profissional com certeza!
Parabéns!
Beijos
Fla
Rosi, adorei a ideia, o espaço, a entrevista. Conhecer a trajetória profissional da minha amiga de blog foi bem legal e agora sei porque ela tem esse olhar sempre analítico e entendido sobre tudo... ela tem bagagem!!! Conteúdo!! Não que achasse o contrário, mas ver uma trajetoria profissional tão diversificada e intensa embasa todas as teorias.
Eu acho a Vê uma guru! É daquelas pessoas que estão sempre antenadas, conectadas, que sempre terão algo a dizer, a instruir, esclarecer, consolar. Admiro e respeito essa experiência que ela exala! Bom demais fazer parte desse time!
Parabens pela iniciativa e obrigada pelo carinho enorme que vc tem com o Criative-se. Nós percebemos isso em cada comentário seu!
Bjks e sucesso sempre!
Adorei seu comentário lá no blog da Flávia... carinhoso!!! ;)
Bjks
Oi, Rosi!
Que post massa! Foi ótimo ter tido a oportunidade de conhecer ainda um pouquinho mais da Vê. Eu já a acompanho nos dois blogs onde ela escreve, e sempre me encanta muito ao lê-la. Você escolheu a dedo a personagem para sua entrevista.
Parabéns!
Adorei o “rapi bordei”... kkkk... Ó-TE-MO!!!
Obrigada, bicha!
Veleu pelas felicitações. ;)
Beijos!
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