20 agosto 2009

O trote

Todo início de ano é a mesma coisa nas faculdades: veteranos atormentam a vida dos novatos.
Para mim, entrar na faculdade foi sublime, parece que eu tinha entrado enfim no mundo dos escolhidos.

No primeiro dia de aula fui toda serelepe para a faculdade, me preparei, comprei até um blusa nova azul, linda-de-morrer. Tanta inocência que não imaginava que ficaria com toda pintada com uma tinta que não sai. Mas Deus existe e consegui me safar da obrigação de pedir trocados no farol. Minha nova amiga não teve a mesma sorte. Foi recrutada pela galera veterana do curso de Comunicação Social a fazer parte da cordinha dos pedindes e tomar um líquido com teor alcoólico elevado. A coitada não se saiu bem, quando ia pedir para qualquer pessoa sempre era questionada qual era o curso. Quando ouvia que era Comunicação Social, as pessoas faziam "cara de ué" e ia embora.

Essa história ela me contou na semana seguinte porque eu, esperta, não apareci mais. Mas fiquei pensando se ela tivesse dito que cursava Direito, Medicina ou Engenharia os motoristas não tinham visto a pedinte com outros olhos...bem, talvez aquele era o primeiro indício que eu estava entrando na carreira errada. Se me arrependi, sim, mas já me conformei que comunicólogos e publicitários nem sempre ganham bem.

Ah, sobre a blusa azul linda-de-morrer ...tive que jogar fora. A tinta não saía mesmo.

17 comentários:

Patricia Pirota disse...

Ai que saudade do meu tempo de faculdade...
Quando era caloura, não tive trote. O pessoal de Letras da faculdade não era lá muito animado...
Mas depois que me tornei veterana virei o terror dos calouros. Me divertia e fazia eles se divertirem também...

É uma pena que Comunicação Social renda tão pouco dinheiro, viu. Porque pra mim, é uma profissão tão bacana, com profissionais inteligentes e criativos...
Mas o mundo é assim mesmo. Enquanto professores ganham uma verdadeira miséria, e comunicólogos ganham menos do que deveriam, os políticos ganham mais do que merecem...

Beijo procê.

Ana Carolina Peixoto disse...

Rosi,
Que saudade dessa época...
Valeu tb a dica sobre o links dos blogs. Assim que eu tiver um tempinho, vou colocar em prática. Vc tem alguma objeção àquela opção do feedburn? Toda vez que vc escrever um post novo, a pessoa recebe por e-mail. As pessoas têm a opção de se cadastrar para isso. É bem prático e fácil para acompanhar os blogs. Na correria do dia-a-dia, se não for assim... acabo não lendo os posts.
Bjs,
Carol

Priscila disse...

Oi, Rosi!
Eu levei trote também. Detestei. Não quis participar de várias brincadeiras sem graça, e, por isso, fui discriminada algumas vezes no primeiro semestre. Era chamada de caloura rebelde. Depois passou. Eu fiz engenharia química, e recebi muitos "você é maluca?" na hora de pedir os trocados...
Bjs.

Uma Mulher de Fases disse...

Oi Rosi, eu não participei do trote, entrei bem rapidinho na faculdade e escapei dos veteranos e quando eu fui a veterna, jamais participei de brincadeiras que constrangem as pessoas, apenas fazíamos o trote solidário, arrecadávamos alimentos pra levar em asilos, pena que nem todos pensam assim, né?
Beijos

Lidiane Vasconcelos disse...

Oi, Rosi!
Aff!! Não passei por esse tipo de trote na facul, não. Em compensação, na escola onde concluí o ensino médio arrancaram metade da minha sobrancelha esquerda quando viram meu nome na lista de aprovados. :(
Ah! Nada demais... cresceu depois mesmo! :)

...
Ih, bicha! Ando na dúvida se coloco mesmo a mesinha de centro por aqui, para não perder o pouco espaço que tenho. É assim mesmo, isso é de quem mora em “apertamento” ou “casinha de boneca”, como eu. ;)

Ah! Sobre tua curiosidade sobre futon, atualizei o Bicha Fêmea “ousando” dar uma resposta e coloquei a imagem para servir de referência. Vê lá depois?! ;)
Beijos!!

Denise disse...

Escapei do trote também. Não curto, não acho engraçado, acho que muitos ridicularizam a pessoa. Sou a favor de algo social, como doação de sangue. Mas nada obrigatório.
Quanto à questão do curso, não sei se as coisas continuam como antes não, viu? Claro que Medicina, Direito ainda enchem os olhos da sociedade, mas acho que mudou muito. É meio que: vai estudar? então não vai dar em nada mesmo! kkkkkk.
Beijos

Leticia disse...

Rosi,

Eu penei! No primeiro dia foi fogo. Tb perdi a roupa com tanta tinta azul, pedi dinheiro no farol, mas não fui beber... os meus veteranos não dividiam os ganhos com os calouros.
Mas não dei trote, isso uma coisa tão besta. Sei lá, faz uma festa de boas vindas, melhor do que ficar fazendo o pessoal passar este tipo de situação.
Beijo!

Fla disse...

Rosi, tô com a Denise, acho muito tonto esse negócio de trote. Principalmente o que é feito para humilhar as outras pessoas.

Agora trote solidário eu acho super do bem, super bacana. Doar sangue, arrecadar alimentos, roupas, mas todo mundo de cara limpa, interagindo, colaborando.

Beijos,
Fla.

Aline Vachelli disse...

Nossa, abomino qualquer coisa do gênero, e quando vejo alguém pintado, no farol, pedindo trocado, o que é sinto é uma vergonha alheia imensa.
Beijoss

Hugo de Oliveira disse...

Nossa...que saudade da faculdade. No meu trote, entrou uma aluno do 5 semestre dizendo que era professora. O pior é que ela tinha perfil mesmo e ai começou a exigir várias atividades...rsrs Foi tao engraçado.


Amei o post viu


abraços


Hugo

Feito a Mão disse...

Rosi, essa onda de trote é um perigo! Ainda bem que seu prejuízo se resumiu a uma blusa. Tem gente com menos sorte.
___
Ui, Rosi, vc demorou 1 hora pra ler tudo? Não acredito! Consegui lhe manter ligada esse tempo todo? kkk Ficou grande esse post né? Da próxima vez eu parto em 3 pedaços... como diria Jack...

BJks

Patricia Pirota disse...

Oi Rosi,
Sabe que eu sempre vivi cercada de gente? Era professora em três períodos, e nos finais de semana produtora cultural. Assim, muito raramente eu tinha oportunidade de ficar só.
E depois que descobri como é, amei.
Sei que é um defeito meu não saber compartilhar meus momentos com as pessoas. Às vezes acho que é porque já compartilhei demais, às vezes que é defeito de fábrica mesmo.
Acho lindo casamento, mas definitivamente, não nasci pra ter um. Pra mim casamento envolve muito aprendizado, muita adaptação, e só os "iniciados" conseguem sobreviver a isso =)
'Brigada pelo elogio, viu. Acho que essas coisas sempre tem que ser tratadas com bom humor. Senão a gente chora =)
Beijo procê.

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
Pena é que em muitos casos o trote descambe para a violência...
Boa sexta-feira prá ti...
Beijos.

disse...

Aff... Já havia expressado minha opinião sobre trote e volto a repetir: uma total falta do que fazer, mas se é preciso que seja no formato solidário!

Luci Cardinelli disse...

Ah sabia que fiquei frustada quando entrei na Faculdade e não teve trote? hahahaha
Porém a gente vê umas coisas bem desnecessárias acontecendo. Por coincidência semana passada estava conversando com um rapaz que é veterano, sobre esse assunto e lhe disse que eles deviam era colocar os calouros para fazerem trabalhos sociais, tipo passar um dia em um orfanato, outro num asilo ..

beijos

Lua Zarod disse...

Eu tenho medo do trote. Por que não vou querer ficar pedindo grana no sinal nem tomar um porre 'obrigatoriamente'. Ta, o meu medo é de ficar conhecida como a chatinha-que-não-quis-se-divertir-no-trote. Rsrs.
E que pena pela sua blusa. .. Eu adoro azul! =]
*

Hélia Barbosa disse...

rsrs

Eita, Rosi, me fez lembrar do "meu" trote também!! Foi na UFV!! Na época eu começava o curso de Administração (depois fiz Matemática!). Mas o trote era geral, pra estudantes de todos os cursos (Viçosa tem campus único!!)...

Fiquei foi com o rosto todo carimbado... depois de me carimbar bochecha, testa, queixo, etc... o veterano gatíssimooooo me disse: "gatinha, fala 'Xuxa'!"... Falei e levei um carimbão na boca... rsrs

Como vc, escapei de pedir dinheiro no sinal... Conhecia um caminho alternativo pra sair da universidade e fugi... hehehe

No meu quarto semestre (já veterana, ne??) quase fui alvo de outro trote!! Quam mandou ter carinha de menina?? A minha sorte é que eu era muito pra frente e beijava um menino diferente a cada fim de semana... hehehe... e sem preconceito! Podia ser mestrando, veterano, calouro, aspirante a calouro (aluno de cursinho), sem preconceito (agora, em tempos de gripe suína, não poderia fazer isso mais!!)... Saindo do bandejão (restaurante universitário), tinha uns meninos "recém-veteranos" cercando os calouros na roleta... nem tinha como fugir!! Eles jogavam tinta, farinha, etc... Quando eu saí, eles começaram: "Essa é caloura, olha a carinha dela, vem caloura, ficar coloridinha!"... Eu tentava explicar que não era caloura, mas eles nem aí pra mim. De repente, de trás deles, uma voz:"Deixa a menina passar, ela é veterana, e mais que vocês!". Eles me deixaram sair. Olhei, era um menino com quem eu tinha ficado no semestre anterior... quando ele era calouro!! rsrs... Salva por uns beijos!!

^^

Bom, não é só o seu curso... o meu, Administração, também não é reconhecido!! Porque qualquer um pode administrar!! Quem administra hospital?? Um médico... E escola?? Um professor... Isso sem falar nos políticos... rsrs... Por isso que desisti da ADM e fui dar aulas, que pode não ser tão valorizada, mas pelo menos é minha paixão!!

Beijão, Rosi!!