07 maio 2010

Gente que faz

Caminhos do Coração

Nós mulheres somos vocacionadas para a procriação. Nosso corpo, o desenho dele e nossos hormônios foram criados para isso. Será que a generosidade humana só se expresse naquelas pessoas que deram filhos ao mundo? Mas quando isso não acontece? Quando o percurso da nossa existência toma outros rumos? Convidei a querida amiga, Elaine Gaspareto para divagar sobre o assunto e ela nos presenteia com uma bela história de coragem e determinação, características tão comuns nas mães, mesmo sem ter filhos.

*Atualmente, vemos mulheres inteligentes, independentes, profissionais bem-sucedidas e casadas abdicando-se do ato de ser mãe. Isso faz parte da sua vida?
Eu não diria que tenha abdicado. Na verdade não foi bem uma escolha, embora nunca tenha sido muito maternal. Sabe, eu acho que Deus prepara nosso coração para as coisas que virão… Sou casada há quase 15 anos e no começo do namoro não falamos de filhos; parecia coisa natural, que aconteceria e pronto. Quando casamos decidi não tomar pílula mas usar o método Billings. Havíamos acabado de completar dois anos de casados quando perdi o primeiro bebê com cinco semanas de gestação. Amigos e família nem ficaram sabendo...Toda a alegria e toda a expectativa daquela criança, todos os sonhos, todas as perspectivas que uma criança necessariamente traz de repente deixaram de existir. Ambos jovens, o médico disse que uma em cada seis gestações termina em aborto espontâneo. Alguns exames e fomos orientados a "tentar" de novo daí a seis meses. Tentamos. Em um mês veio o 2º aborto e aí já foi realmente alarmante. Mais exames, mais dor, desgaste, incertezas... Então veio, meio sem querer, a 3ª gravidez, três anos após o 1º aborto. E mais uma vez, após quatro semanas, de uma gestação mantida em segredo tanto quanto as anteriores, mais um aborto. E o diagnóstico, enfim: má formação uterina, baixa contagem hormonal e a natureza se encarregando de eliminar um feto que não iria sobreviver. Tratamento, dor, raiva, depressão, e nada de resolver o que, sabemos hoje, não se resolve. Apenas se aceita. Mas o tempo passou. Já foram cinco abortos espontâneos. Até que paramos de tentar. Ninguém agüenta tanto desgaste, tanta dor. Tem idéia do que passava pela minha cabeça quando olhava o marido dormindo ao lado, sabendo que ele nunca seria pai por causa de mim? Tem idéia do que eu sentia quando o via pegar no colo cada criança? Eu sentia como se roubasse algo que é um direito dele... Consegue mensurar a carga de culpa? Como um casamento sobrevive a isso? Só por Deus. Embora varie de mulher para mulher, quem passou por um aborto espontâneo sabe o que é: dor parecida com contração e no fim apenas mais um bebezinho morto. Depois, dependendo do caso, curetagem, antibióticos. Dor no corpo, na alma e no coração. E a tristeza... Talvez lendo isso muitos compreendam porque sou radicalmente contra o aborto provocado. Talvez entendam porque eu nunca falo sobre isso; apenas três amigos sabem. Talvez entendam porque eu amo tanto os animais. Afinal são o receptáculo de tanto amor acumulado... E entendam porque os sobrinhos são tão importantes para mim. E entendam que eu gosto de solidão pois quando se está sozinha não precisamos explicar certas coisas...

Elaine, uma mulher de fibra

*E como essa decisão atingiu sua família?
Desde o começo eu optei por não contar nada a ninguém. Isso faz parte da minha personalidade. Quem lê o blog talvez não faça ideia do quanto eu sou travada e reservada. O blog foi criado para ser terapia, para me fazer falar pois na vida eu jamais falo. Como disse, apenas três amigos e minha irmã sabem. Então é claro que houve perguntas. Mas apenas da parte da família do marido. Muitas perguntas pois meus sogros têm apenas uma neta. Mas um dia, numa festa de aniversário, ao ser firmemente questionada sobre quando havaria um bebê, eu disse que a partir daquele dia era bom que todos soubessem que não haveria bebê. E que esse era o motivo de eu nunca ir às festas e reuniões de família. Levantei e fomos embora. Passei cinco anos sem ir à festa alguma. As perguntas pararam. Mas da parte da minha família jamais houve. Ela nunca confessou, mas desconfio que minha irmã tenha dado a pista sem abrir totalmente. E o fato de eu ter uma tia que é a única dentre sete irmãs que não teve filhos meio que abriu caminho para que não houvesse tanta pergunta e tanta cobrança.

*E o assunto adoção, como você o vê?
Pensei no assunto mas nunca dei um passo concreto na direção de adotar uma criança. O motivo é muito simples: Penso que família não sou apenas eu e o marido. Inclui avós, tios, primos. E minha família jamais trataria uma criança adotada normalmente. Várias vezes ouvi isso. Há um casal de amigos meus que têm um filho adotivo, já adulto inclusive. Faz mais de vinte anos que a adoção aconteceu, mas ainda hoje ouço coisas como: “Nossa, até parece filho deles”. Não quis isso para uma criança minha. Além da minha mãe, os meus cunhados e sogros até aceitariam, mas jamais seria inteiramente. Minha mãe sempre disse que não seria neto de verdade. Parece coisa daquela novela Viver a vida, né? Mas há mais pessoas com esse pensamento do que imaginamos. Mas o motivo principal é que passou. Sabe, aquela vontade morreu. Junto com cada bebê. Sem drama, não quero comover ninguém, mas a verdade é que eu não passei por tanta dor incólume. E hoje em dia sequer falamos disso, o marido e eu. Deixamos onde ficou, no passado. Estamos felizes assim, apesar de tudo. E ele nunca falou claramente em adotar. às vezes comenta que algum conhecido adotou, mas apenas isso. E como ele já sofreu a cota que lhe cabe eu não falo.

Ela e seu xodó

*Você apoia mulheres que decidiram não ter filhos?
Eu apoio quem decidiu. Acho que a cobrança é injusta. Como quase ninguém conhece minha vida, ouvi muitas vezes que sou egoísta, que sou fria. Não acho que alguém que decida não ter filhos seja egoísta ou fria. Assim como não acho toda mãe uma santa. Se é possível escolher, escolha o que é melhor para você. Umas nasceram para ser mãe, outras não. Isso não diminui ninguém, muito pelo contrário. Ter ou não um filho não nos torna melhores ou piores. Mas a pressão social é intensa. Assim, se você sente que sua vocação não é a maternidade, prepare-se, pois as pessoas têm enorme dificuldade em aceitar o diferente. Uma vez eu fui me confessar com um padre que havia chegado há pouco na minha paróquia. Eu tinha na época sete cachorros. Ele foi bem firme ao dizer que a vontade de Deus para um casal era os filhos. Que criar cachorros era um roubo; eu estava roubando o amor e a dedicação devida aos filhos que eu não tinha. Ouvi tudo. Quando ele terminou eu contei a história para ele. Foi muito ruim. Fui embora. Francamente a opinião dos outros não me interessa pois quem sabe de mim sou eu. E eu sei muito bem quem sou. Quero dizer uma última coisa: Muitas mulheres sentem um desejo enorme de terem filhos e por variados motivos não têm. Se isso acontece com você não permita que envenene sua vida. Vá atrás do seu sonho mas saiba que um filho não é a garantia de que tudo será perfeito. E dá sim pra ser feliz sem filhos. Muito feliz, aliás. Eu sei. Eu sou.

Essa forte mulher tem um blog muito badalado. Confira aqui. 

31 comentários:

chica disse...

Cheguei primeiro pra me emocionar com esse depoimento tão profundo e sincero dessa querida amiga de todos os dias no blog. Todos temos um pedaço pra passar na vida e isso nos faz crescer. Linda história de vida e Deus saberácolocar ou não a vontade de adotar ou apenas continuar tendso os sobrinhos que são tão importantes . Beijos e lindo fim de semana às duas,chica

Renata Rossini disse...

Olá Rosi, vim ver a arte que a Elaine estava fazendo por aqui e me deparei com este depoimento forte e emocionante.
Nossa!!!!
Quero parabenizar vc por este espaço pois mostra a nós como as amigas são no seu interior.
Parabéns
Beijos
E se vc é mãe FELIZ DIA DAS MÃES, se não for então FELIZ DIAS DAS MÃES PRA SUA MÃE rsrs.
Bjs BJS

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Senta porque eu vou contar história também, rs.

Oi Laine, bom te conhecer mais um pouquinho. Adoro te ler exatamente porque sobre abre o jogo sem rodeios. Te entendo e fiquei emocionada com sua história. Todos nós temos uma. Eu também já contei várias vezes a minha no meu blog. Perdi 6 filhos espontâneos como você. Cada um que se foi, foi amado mesmo em poucos meses e a esperanca tb se ia. Com isso o primeiro casamento nao sobreviveu. Éramos jovens e ele vinha de uma família numerosa e todos nos cobravam um filho e todos se doíam qdo sabiam que eu estava novamente no hospital para uma curetagem. Passei meus momentos amargos e sozinha, mas na companhia de Deus e da minha irma que foi e é a minha melhor amiga. Comeu comigo os paes amargos e suas ervas. Qdo nao mais fiz planos para um futuro Deus me trouxe o Christian. Ele estav indo pela terceira vez ao Brasil e nos conhecemos. Contei logo a ele que nao poderia ser mae diante de tudo eu tinha já vivido. A resposta dele foi: se eles nao viere da sua barriga, existem muitos brasileirinhos querendo ser adotados e eu nao me importo que cor tenhas as pernas das criancas. Com isso minha amiga, fiz as minhas malas e voei para a minha felicidade. Quatro anos depois que estávamos juntos tive o primeiro filho e 5 anos depois o 2°.
Cada um sabe de si. Eu tb aprendi a nao cobrar nada de ninguém. Cada pessoa é que deve saber onde lhe dói. Acho injusto as pressoas se preocuparem tanto com a vida de quem nao pode ter um filho, nao para ajudar, mas para criticar. Infelizmente a sociedade cobra demais. Fico feliz porque vc encontrou o seu caminho para ser feliz.

E eu te desejo um Feliz dias das maes, rs.

Um beijao

Leticia disse...

Rosi
Fantástica escolha para a entrevista.
Elaine
Você é uma mulher muito forte por manter a decisão de não ter filhos. Parece uma difícil escolha... já pensei sobre isso e me vejo perdida entre as duas possibilidades. Parabéns de pela força.
Beijos
lelê

TECA disse...

Olá,Rosi,bom dia.
Passei para ver o que Elaine preparou e fiquei emocionada com esse depoimento.E olha, entendo-a perfeitamente pois tenho tres filhas e duas delas decidiram não ter filhos.Nunca cobrei neto de nenhuma.Respeito a vontade de cada uma.Meu netinho veio da caçula,mas por decisão dela e do marido.
Admiro Elaine por tudo que ela sempre mostrou no blog.
Abraço carinhoso.

DESASSOSSEGADA disse...

Eu ja sabia um pouquinho da historia dessa linda mulher...

Uma verdadeira guerreira que eu amo ler.

eu estou com 13 anos de namoro e nao penso em ter filhos qdo casar, mesmo assim sem ser casada as cobranças são muitas.

Imagino ou melhor tento imaginar o sofrimento que foi na época pra ela, mas como dizem por ai Deus nos da o fardo que possamos carregar.

Quanto aos cachorros tenho 13 e não existe nada mais sincero do que eles.

Bjos

Fabiana disse...

Que história emocionante!
Adorei Rosi a entrevistada de hoje. Já leio o blog da Elaine há algum tempo, e gosto muito dos seus textos.

Deve ser uma barra passar por tudo o que ela passou, só ela sabe o sofrimento causado.

Mulher guerreira e de fibra!

Bjs

Joana Campos disse...

Olá Rosi, não te conhecia, mas fui convidada pelo Blog da Elaine e vim ver o que se passava por aki, encontrei essa entrevista emocionante, que me fez conhecer um pouco mais de minha Grande Amiga (de infancia) virtual KKKK, que tbem conheci à poucos dias...

Eitcháaa essa tar de internet proxíma as pessoa,´num é sô?

Passe lá no de MIM PRA VC E DE VC PRA MIM depois, tem um café quentinho te esperando.

Bjos
Joana Campos

Luci Cardinelli disse...

Eu já conhecia a história da Elaine por acompanhar seu blog há muito tempo. Sou fãzoca dela. Tenho muito respeito e carinho por essa mulher maravilhosa. E sou doidinha prá dar uma abração nela.
Elaine querida! Feliz Dia das Mães, pois seus pimpolhos estão lá no céu olhando por você.

beijos prás duas

Unknown disse...

Que exemplo! :D
Eu sei que todos nós temos nossos problemas, mas me emocionei muito com a história da Elaine. E fiquei muito feliz por ela ter compartilhado conosco essa história.
Obrigada Rosi por nos apresentar essa moça tão especial e obrigada Elaine por nos passar um pouquinho da sua força de mulher!
;)

Bjocas,
carol

Mylla Galvão disse...

Nossa! Esse depoimento é ao mesmo tempo forte e emocionante!
Adoro a Elaine!
E agora mais ainda...

bjs

Clarita disse...

Sabe que nosso querer, nem sempre é o querer de Deus né?

Mas a Deus nada é impossivel, qdo for a hora e se for da vontade do pai, vem um baby... mas amor podemos dar a todos. Basta confiar.

Só acho ingrato, como as pessoas cobram, como se fosse obrigatorio ter filhos. De onde isso?
bjs

Elaine disse...

Rosi e Elaine, que bela entrevista! Ahh as malditas cobranças...eu demorei 6 anos pra ter o primeiro filho e ouvi muito. Tenho uma prima numa dificuldade enorme de engravidar, fazendo tratamento e passando por todo aquele desgaste, e ouve as mais infinitas besteiras...
Olha, me chamou a atenção a última parte do texto em que a Elaine fala que foi até taxada de agoísta por não ter filhos, porque apesar de todo amor e doação integral que temos/fazemos por um filho, ao desejarmos engravidar estamos essencialmente desejando suprir uma necessidade (biológica ou não), queremos primeiramente satisfazer um desejo pessoal, seja da mulher ou do casal. Não seria isso tb egoísmo então? Só não é visto desta maneira porque a convenção social não permite, acredito eu.
Quanto à adoção, concordo com a Elaine. Odeio frase do tipo: olha fulana é adotada, mas é como se fosse da família. Como assim, "como se fosse"? Acredito que quando uma criança é adotada por amor, não existe esse negócio de dizer que fulano é filho adotivo, é filho e pronto. Mas concordo com sua preocupação em relação aos familiares próximos; muitas vezes nos enganamos e a pessoa que comumente não aceitaria é a que mais cria laços com a criança; porém nisso não se pode arriscar, não é?

Bjs às duas!

Nathália (Ná) disse...

Elaine, cada vez tenho mais certeza da sua força. Você é uma mulher de coragem, admiravel em todos os sentidos, me emocionei muito com esse depoimento. Minha querida amiga, o que importa é que você não ficou uma pessoa amargurada, pelo contrário, é uma pessoa amorosa e o mais importante FELIZ.

Nathália (Ná) disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Carmem Tristão disse...

que surpresa gostosa uma entrevista com a elaine por aqui. a conheci pelo blog e sou extremamente apaixonada por ela. não só por ela, como também pela história dela. pessoa firme, decidida, com conteúdo e cheia de borogodó!

Irene Moreira disse...

Rosi que história de vida emocionante, que mulher a Elaine. Se já a admirava pelo que escreve e como mostra que é, agora eu tiro o emu chapéu.
Beijos grande e Parabéns por matéria tão brilhante.

Elaine Gaspareto disse...

Rosi,
Dirijo o agradecimento a você mas ele é extensivo a todas que comentaram e comentarão.
Aos poucos vou agradecendo "pessoalmente".
Não chorei para escrever, mas estou lavando o teclado agora.
Desculpem...

disse...

Nossa! Fantástica esta entrevista.
Forte, emocionante e importante para reflexão.
Parabéns!!!

maria claudete disse...

Só posso dizer Elaine , que você é uma mulher corajosa inclusive pela clareza que passa agora para todas nós que te admiramos e respeitamos ,este "destravamento" que está acontecendo ( não se completou totalmente, mas acontecerá ) .Olha minha amiga tem tanta história de abnegação sobre ser mãe , ficar mãe e estar mãe, que somente Deus pode explicar. Parabéns por sua postura diante dos fatos, e por sua grandeza em transferir também para todas suas seguidoras toda generosidade de uma grande Mãe, que independe de idade , pois o exercício da maternidade passa por todas as instâncias onde reside o ato de amar e se doar ao outro como a sí mesmo, e você vive este mandamento.
Congratulo-me com a Rosi pela iniciativa . Abraço as duas.

Marta disse...

Acho que cada pessoa tem uma escolha e os outros não devem se meter. Nesse caso ela tentou várias vezes, mas infelizmente não foi possível. Apesar do sofrimento, ela vive bem e com marido ao lado.
Parabéns pela força e pela determinação!
Beijocas

Pelos caminhos da vida. disse...

Emocionante sua história de vida Elaine, passo quase todos os dias em seu blog mas nunca imaginei que vc tivesse passado por tudo isso.
Penso assim o que é pra ser será, sei que não foi fácil pra vc, o bom disso tudo é que vc vive muito bem com seu marido, sem cobranças e acredito em vc que dá sim pra ser feliz sem ter filhos.
Passei a gostar ainda mais de vc, e agora tive a oportunidade de conhecê-la.
Vc é uma guerreira, uma mulher de fibra.
Foi bom eu estar aqui hoje.

beijooo.

Vem desfrutar do Amor de Deus disse...

Rosi,
A Elaine é isso ai... mulher forte, amiga... e sabe o que quer da vida... ela consegue nos colocar em nossos lugarzinhos e ainda de premio nos faz gostar a cada dia mais dela... eta mulher porreta viu!!!!
Bjs pras duas
Márcia

Letícia Alves disse...

Adorei conhecer mais da Elaine, pra mim ela é tão presente no dia-a-dia, mesmo eu tendo estado um pouco fora do ar, e aos poucos às postagens.
Ela é mulher forte, e feliz, fiquei comovida.
Beijos Tempestuosos!

Mahria disse...

De muito bom gosto sua escolha para essa entrevista, o tema embora seja delicado, sofrido... foi muito bem desenvolvido. A Elaine é uma pessoa abençoada, muito abençoada. Independente de ser mãe ou não.

Beijos
Mah

Verônica Cobas disse...

Elaine e Rosi,

Eu tenho três amigas, mulheres incríveis, profissionais bem sucedidas e com relacionamentos estáveis e felizes que optaram por não ter filhos. Destas, uma delas viveu a experiência difícil de dois abortos e, tal qual você, Elaine, decidiu que esse desgaste era tão grande que maior do que o desejo de ter filhos. E pronto. Ela e as demais, que simplesmente jamais desejaram ser mães, introjetaram esse pensamento e decisão em suas vidas que as familias, os amigos e até os desconhecidos mais curiosos, não mais se preocupam em perguntar sobre o porque de casais jovens terem optado pela vida sem filhos.
Acho que tudo na vida é escolha e atitude. E mesmo quando nos escolhemos, mas as circunstancias levam a tal, será sempre uma escolha viver bem com aquela impossibilidade, reconhecendo-a não mais como perda, mas como a possibilidade de um novo olhar.
Elaine, você especialmente, que sofreu as agruras desse trajeto, fez-se forte para escolher um novo caminho. E até para reconhecer o quanto é necessário se doar para entender o significado mais amplo do termo adoção.

Linda entrevista, Rosi. Forte, pungente, real.

Beijo grande.

Elaine disse...

É a primeira vez que venho ao seu blog e quero parabenizá-la por este espaço que vc deu à querida Elaine, minha xará. Gosto demais do blog dela e foi muito bom saber um pouquinho mais sobre ela.
Eu concordo com muita coisa, sofro muito preconceito por não querer ter filhos e ter 30 anos e não ser casada, a sociedade é preconceituosa demais, tento não dar ouvidos à certas coisas, mas muitas vezes sofremos.
Amei seu blog! Lindo! Grande beijo!

Mônica disse...

Linda a história, mas ser mãe não é apenas aquela que gera, quem cuida também pode ser mamae.
com carinho MOnica

Nilce disse...

Oi, Rosi

Passei por aqui e fui comentar no blog da Elaine. Errd, devia ter comentado com vc também. Então voltei.
Há pouco tempo que acompanho a Elaine (sou nova no pedaço) e nem uma fotinha ela tem, mas já a sentia especial pela opinião, sinceridade e muitas outras qualidades que vc sabe. Muito mais humana e mãe que muitas que pariram. Ela tem uma história triste, mas muito linda. Emocionante o post.

Feliz "Dia das Mães" a todas que possuem o dom, independente de terem filhos.

Bjs no coração!

Unknown disse...

Elaine, obrigada pelo convite e por compartilhar um pouco da sua história conosco.
Quanto a não ter filhos, acho perfeitamente normal e essa decisão ter que ser da mulher. Acho que já foi maior essa cobrança de ter filhos, acredito que muitas foram mãe sem se perguntar sinceramente qual a melhor escolha.

Eu decidi ser mãe com mais de 30 anos e não me arrependo, aos 24, 25 anos, não estava preparada pra tal tarefa.
bjs

Rosi,
Que bom ter vindo aqui através do convite da Elaine.
bjs

ஜ♥_Sabrith_♥ஜ disse...

Não poderia deixar de comentar.
Tenho problemas renais e tive um gestação, minha filha precisou ser tirada com 28 semanas, pra que nehuma de nós duas morressemos.
Ela ficou na incubadora até ganhar peso e respirar sozinha, mas o pediatra não percebeu que ela estava com penumonia e quando se deu conta era tarde demais
Ela só ficou uma semana em casa, amanhã fas 2 anos que ela voltou para Deus.
Eu ainda sofro demais... por não tê-la comigo e tb porque a gestação fez meus rins pararem de vez.
Faço hemodiálise 3 vezes por semana
Eu e meu marido até queremos adotar, mas só se eu conseguir transplantar, pois nossa vida é muito dificil, são sessões de 4 horas as diálises
Mas eu sei que se eu não tentasse a gravidez eu sempre pensaria "e se desse certo?"
hoje pago o preço... e penso que meu marido sofre demais com toda essa situação... mas agora não tem mais o que se fazer...