25 agosto 2008

Balanço geral

A pressão exercida sobre nossos atletas em destaque só refletem a necessidade de sentirmos alegria, já que em nenhum outro momento é possível nos sentirmos tão bem e de alma lavada, como quando ganhamos uma medalha de ouro ou uma copa.

Em um país de 160 milhões de habitantes por que será que não existem mais atletas para competir com maior qualidade? Seria culpa dos que estão lá competindo? Ou não sabemos enxergar e ficamos criticando a nossa própria esperança depositada nos atletas que lá estão ou estiveram.

Atletas como Fabiana Murer e o judoca Eduardo Santos são verdadeiros heróis. Ela chorou ao ter seu equipamento perdido numa desorganização da China, ele chorou ao perder a medalha de bronze numa decisão que exigiu unanimidade dos juízes, depois de uma luta eletrizante. A capacidade de erros dos juízes foi um grande destaque bizarro.

A verdade é que há muitos heróis entre a medalha de ouro e o último colocado. Ainda sobre o judoca Eduardo Santos ele tornou público a sua dificuldade em alcançar o grau de faixa preta porque o valor da taxa para o teste era muito alto para ele. César Cielo mostrou a que veio sem grandes alarmes.

Um atleta sem confiança, cabisbaixo é uma imagem muito triste. As meninas da Ginástica Olímpica estavam assim. Apesar de estarem classificadas pela primeira vez na final por equipe, estavam sem confiança. Elas sabiam que não trariam medalhas, mas não seria um prazer assistir a uma superação?

Essa foi a olimpíada do chororô: o judoca João Derly chorou ao ser desclassificado, o atirador com pistola Júlio Almeida chorou, a nadadora Poliana Okimoto e a judoca Danielle Yuri choraram, como chorou a Claudinha armadora do basquete, como foi às lágrimas a Jade Barbosa, como chorou Clementino, o primeiro cavaleiro negro do Brasil numa Olimpíada, como se debulhou o Diego Hypólito enquanto se desculpava com “o povo brasileiro”, como foi às lágrimas a maratonista Tânia Spindler, como chorou, e muito, o Ronaldinho, como choraram a Marta, a Cristiane e meio time, e enfim, como chorou Bernardinho em público pela primeira vez na vida.

Essas também foram as olimpíadas das mulheres: Maurren, Natália Falavigna, Ketlleyn Quadros, as meninas da vela e as meninas do vôlei arrasaram, diga-se de passagem.

Uma prata amarga para o futebol feminino e para o vôlei masculino. Uma pena!

Quanto ao futebol masculino, é uma vergonha não poder dizer que até hoje somos campeões olímpicos. A Era Dunga chega ao fim e já vai tarde, de técnico que joga na retranca estamos cansados, precisamos de competência e seriedade.

2 comentários:

Cin disse...

Perfeito esse saldo final da campanha brasileira nessas Olimpiadas. Compartilho totalmente da sua visão.
Boa semana, Bjos!

Mila Cardozo disse...

Digo mais uma vez... são vencedores por terem chegado la... num pais que não da minima pra isso... so pra aparecer... e pensa que futbol e tudo... e a historia porva... que não é nada...
Beijos Mila