24 julho 2009

Da série: Gente que faz

SIMPATIA EM PESSOA

A palavra coragem significa a habilidade de confrontar o medo, a dor, o perigo, a incerteza ou a intimidação. Falar de coragem, core, coração é íntimo e preciso. E a Lidiane Vasconcelos sabe bem disso, ela não só mudou de estado, ela trocou Recife por São Paulo, em razão de um amor. Difícil não simpatizar com essa nordestina alegre. Aqui ela nos motra o quanto é corajosa, o quanto é prática em uma sinceridade absoluta. Confira:

* Como veio parar em São Paulo?
Bom, moro no interior de São Paulo, na região de Campinas. É engraçado como quando eu vim para cá fiquei um pouco chateada por não ter ido parar na capital, porque a empresa onde eu trabalhava em Recife tem filial em Sampa e talvez eu pudesse conseguir uma transferência. Como não foi possível, me frustrei um pouco nesse sentido. Entretanto, quando conheci o que é a vida extremamente atribulada na terra da garoa, com mancha de poluição no céu e engarrafamentos gigantescos, não tive dúvidas: Deus escreve certo por linhas tortas, e a gente só se dá conta quando senta para ler o texo e fazer a interpretação dele com bastante calma. Enfim, o que me trouxe ao Sudeste foi a mudança de emprego do meu então noivo para uma grande empresa da área de tecnologia. Soube da confirmação da mudança um dia antes do nosso jantar de noivado, e a partir daquele momento as coisas passaram a tomar um rumo totalmente diferente do que havíamos planejado. Era Fevereiro de 2005, em Março ele viajou. A princípio ficaríamos separados durante 1 ano até que tivéssemos certeza de que a carreira dele “engrenaria” (ou não) por essas bandas de cá, e a partir daí a gente saberia nosso rumo. Mas em Junho do mesmo ano eu já estava vindo “de mala e cuia” na mão. Não conseguimos ficar esse tempo todo longe um do outro.

* O que de mais diferente você encontrou por aqui?
Sem dúvidas o clima. Em Pernambuco eu só vivenciava duas estações no ano: Verão e Inverno. E no Inverno não faz frio, apenas chove. E o que diferencia uma estação da outra para a gente é tirar o guarda-chuva do armário. Eu não me atentava a previsão do tempo no telejornal, hoje em dia minha postura é outra. Até termômetro eu tenho para saber a temperatura dentro e fora de casa. Lá no Nordeste a escolha da roupa poderia ser por qualquer critério, exceto pela possibilidade de o tempo “virar” e fazer um friozinho daqueles. Dei uma “rebolada” para me acostumar, sabe? Mas já estou “craque” e totalmente adaptada com relação a isso.
Também sinto falta da praia. Não, eu definitivamente não era “rata de praia” quando morava em Pernambuco, mas o mar estava ali bem próximo de mim. Então se eu acordasse num dia de sol e quisesse ir a praia, não havia nada demais nisso. Era simples, não precisava esperar feriadão e enfrentar um trânsito infernal. Pelas bandas do Sudeste, até mesmo para quem mora na capital ir a praia é “o evento”, sabe como é? Imagina para mim que estou no interior? Ai, meus sais minerais!

* E como está sua vida hoje?
Ah! Está muito tranquila, graças a Deus! Na região de Campinas há tudo que é próprio de um grande centro metropolitano, mas mesmo assim acho o corre-corre bem menor do que o de Recife. Penso que ganhei em qualidade de vida, e sinto menos violência perto de mim. O único detalhe chato é o fato de minha família estar longe, e por isso eu não consigo vê-los com frequência. Mas a vida é feita de escolhas, e eu fiz a minha. Faria tudo igual, mesmo com as consequências chatas que há em toda decisão. Se as coisas precisam ser assim, que sejam. O que não tem solução, não é um problema, certo? Ficar me lamentando é que não vou. Lógico, ás vezes a saudade bate um pouco mais forte e vem de jeito, aí derruba. E eu choro. Mas passa. A tristeza passa como tudo nessa vida que é chato. E as coisas boas também passam, é preciso que se diga. Então o que eu faço? Prefiro gastar mais tempo da vida apreciando o que há de melhor a ficar me lamentando pelo que não é tão bom assim...

* Pretende voltar à sua terra natal?
Para morar? Não. Minha vida agora é aqui, e meu filho vai ser campineiro... se vai!! Agora só vou a Pernambuco passear, e inclusive já estou de viagem marcada, contando os dias e fazendo mil planos com o marido de como vamos nos divertir por lá. Vai ser um tempo bom, e eu quero aproveitar essas férias que estão por vir “até o talo”!!!

* O que é que uma boa nordestina tem?
Ai! Não sei, viu?! O que é que uma boa sudestina tem??? Existe algo definido nesse sentido? Acho que não, né?! Eu sei de mim, e me reconheço como uma pessoa forte, decidida, corajosa. Aliás, só me reconheci assim depois de toda essa guinada na vida. Certamente sempre fui, mas precisou acontecer algumas coisas para eu prestar atenção. Me vejo também como uma mulher com bastante jogo de cintura para me adaptar às mudanças, porque não é fácil, mas também não é impossível. Mas, oh! Pudera, né? Com o homem maravilhoso, amigo, gentil e de cérebro lindo que apareceu na minha vida, tudo quanto é dificuldade foi abrandada, essa é que é a verdade a ser dita. E tendo dito.

Lidi tem um blog baladíssimo. Dá uma passada lá e veja o que ela apronta.

13 comentários:

Talita Corrêa disse...

Campinas é mto legal...

Só de pensar que em um dia sem transito consigo chegar no serviço em 10 minutos e durante a semana demoro 1 hora. sinto vontade de sumir dessa terra da garoa, rs...

Bjs!

Verônica Cobas disse...

Rosi,

Lidi é uma guerreira que não perde a ternura. Já tive a oportunidade de entrevistá-la, mas sempre temos mais a conhecer. E em sua entrevista pude saber ainda mais dessa blogueira de boa cepa.

Beijo grande nas duas. Vê

Fla disse...

Rosi mais uma entrevista danada de boa!!! Parabéns!

Lidi, não sabia da tua história, corajosa mesmo você. E Campinas, apesar do trânsito terrível (ô cidade sem placa, meu Jesus...rs) é um lugar delicioso. Adorei saber mais da tua história.
Beijos as duas.

Nana disse...

A Lidi tem a graça de uma nordestina maravilhosa, adoro o jeito dela!
Adorei saber um cadinho mais.
Bjss

Unknown disse...

Oi, Rosi!
Cheguei e estou feliz que só pinto no lixo, serelepe e saltitante. :D

Muito obrigada pelo espaço, pelas belas palavras no início do post, por sua generosidade.

Obrigada a todas que andam prestigiando a entrevista e me fizeram gentilezas com comentários carinhosos.

Muito obrigada a todas. :)
Beijos!!!!!

Feito a Mão disse...

òtima entrevista. foi ótimo conhecer um pouco mais da Lidi. Um excelente fds pra vcs 2.

Patricia Pirota disse...

Oi Rosi, tudo bem?

Cheguei aqui por causa da entrevista da Lidi, e gostei muito do seu blog. Parabéns!

E a entrevista da Lidi só reforçou a admiração que sinto por ela. Eita mulher arretada =)

Um ótimo fim de semana pra você!

Fabiana disse...

Rosi, ótima emtrevista, adorei conhecer um pouco mais da Lidi!.

Bj

Fabi Carvalhos disse...

Ai, que legal! Ainda não tinha lido nenhuma entrevista da Lidi e adorei conhecer um pouquinho dela. Mulherão mesmo ela! Parabéns Rosi, pela entrevista, e parabéns Lidi por saber lidar com as adversidades e extrair o que há de melhor em cada experiência de vida. Beijão, Fabi.

Denise disse...

Lidiane...mais uma vez arrasou...adorei te conhecer melhor!!!
Cheiros

Ci disse...

eu ja tinha encontrado essa moça pelo mund blogueiro. uma simpatia ela! e vc que me achou agora né flor! demorei mas to vindo retribuir o carinho! volte sempre ta! vou te linkar pra te acompanhar tb! adorei aqui! beijoo

Lidiane Vasconcelos disse...

Obrigada, obrigada,obrigada! :D

Margaret disse...

Essa é a Lidiane, corajosa, divertida e mostra pra que veio nesse mundo.
Adorei a entrevista. Parabens pras duas.
um beijo