15 outubro 2009

E não ter a vergonha de ser feliz

Na semana passada, no caminho do trabalho, me deparei com uma triste cena: sentado no meio da rua, em um cruzamento bastante movimento, havia um homem chorando e gritando em desespero. Seus gritos eram um pedido para morrer e ele girava a cabeça freneticamente como se estivesse atordoado. Uma viatura da polícia estava parada junto ao homem com o objetivo de fazer ele mudar de ideia e não causar um acidente, caso algum motorista não visse a cena a tempo.

Quem passava por ali, podia perceber a sua dor e isso me afetou durante todo o dia. Fiz uma prece para que tudo ficasse bem, mas fiquei pensando o que poderia ter acontecido com aquele homem que tenha causando tamanho desespero. A cena também veio ao encontro do livro que estou lendo: Veronika Decide Morrer de Paulo Coelho. Há quem torça o nariz quando ouve falar do autor, mas esse livro nos faz pensar no que acontece conosco, na maneira que encaramos a vida e os acontecimentos. É um livro corajoso que retrata a história da personagem título que pensa que nada na vida mais importa, apenas a morte.

Sou extremamente otimista quando se fala em vida, temos problemas demais, é verdade. Mas o que determina a importância e intensidade é a forma como nós os encaramos. Já chorei muito, já tive a sensação de querer sumir, porém bastou uma noite de sono, uma prece, uma conversa com alguém que gosto, para que os problemas tomassem uma proporção menor e eu conseguisse enxergar uma solução.

Somos responsáveis pelas nossas vidas, e quem acha que a felicidade não existe, experimente estar com os amigos, fazer aquela comida que você tanto gosta, dançar sem se importar com os passos, tomar um banho de chuva, assistir aquela comédia, ficar de papo pro ar, planejar uma viagem, enfim, são essas pequenas coisas que nos faz ter certeza que viver vale muito a pena.

13 comentários:

Fabiana disse...

Rosi, eu também sempre quis saber o que faz uma pessoas desistir de viver. Mesmo com os meus problemas, nunca tive essa vontade, sempre via a vida como tão bela, tão boa de ser vivida, que os problemas logo passavam. E até hoje é assim. Pra mim só não tem jeito para a morte, o resto, a gente dá um jeitinho.

Já li Veronika decide morrer, espera só ver o final, rs.

Bjão!

Fla disse...

Eu odeio Paulo Coelho, mas confesso que li vários livros dele, e o Verônika foi o que mais gostei.

Já viu o filme? Estou querendo muito ver apesar de não gostar da atriz e achar que ela é bemmmm fraquinha para o papel.

E eu também tenho tanta vontade de viver mais e mais, que simplesmente não entendo como alguém pode querer desistir de tudo, como se fosse só desligar uma chave geral... estranho.

Bjs
Fla

Luci Cardinelli disse...

É muito triste ver o desespero nas pessoas, mas há coisas que acontecem que levam a isso, embora passe. Há anos presenciei um momento desse numa mulher que perdeu as duas filhas adolescentes num acidente de carro. Amiga, deve ser muito duro... Mas ela segui a vida e após esse momento adotou 2 crianças. Lindo né?
Sobre Paulo Coelho, acho que tem muito preconceito em relação a ele. Devíamos ter orgulho de um escritor brasileiro alcançar o sucesso que ele alcançou, mesmo que não gostemos do seu estilo. Acho que ele merece muito mais estar na Academia do que o Sarney hehehe

beijo grande

Roberta de Souza disse...

É, os desesperos da vida muitas vezes nos atordoam...
A felicidade está dentro de nós, basta procurar...

Bjkas

Priscila disse...

Rosi,
Imagino que não deve ter sido fácil esquecer uma cena dessas. Eu sempre achei que as pessoas que cometem suicídio são fracas e não corajosas, como já ouvi algumas pessoas dizerem. Acho que falta coragem de enfrentar os problemas. Encarar de frente as dificuldades e tentar resolver. Problemas todo mundo tem, né? Precisamos é de força pra continuar em frente!
Bjs.
Pri

Patricia Pirota disse...

Rosi,
É uma pena que tanta gente perca a vontade de viver. Não vou mentir, e dizer que isso nunca me aconteceu, mas concordo com você que é só buscarmos uma alternativa que nos aquiete o coração, e nos darmos conta de que a vida é uma batalha, e que é preciso muita luta para vencê-la.
Ótimo texto!

Beijo procê.

Casa de Catarina - lelê disse...

Rosi
Acho q todos já passaram por situações desesperadoras e que nos dá vontade de sumir... a grande questão é como vamos olhar para isso tudo e resolver. Um simples olhar, um respirar fundo, uma oração pode mudar a nossa perspectiva.
Eu sou uma pessoa que fica quieta... não quer nem falar muito quando fica assim... mas desistir jamais.
Beijos

lelê

Amélia Ribeiro disse...

Olá Rosi!

Olha fiquei triste só de imaginar o desespero desse homem!

Mas tens razão, tomar um banho de chuva é a melhor coisa do mundo quando estás triste!

Já o fiz... e que bem me soube!

Um beijo de Portugal!

Raquel Machado disse...

Oi Rosi, nossa que situação hein...sabe as vezes as pessoas levam a serio demais certas coisas fazendo as tomar atitudes irracionais mas amei suas dicas acredito sim do fundo do meu ser que a vida é bela e que a felicidade esta dentro de cada um de nõs.
http://kriativa.zip.net
PS: Amei o novo layout...
Bjos

Fabi Carvalhos disse...

Rosi, que curiosa, uns dias atrás meu marido me contou uma história bem parecida. Ele voltava de um passeio com Sophia e viu um homem sair atordoado do carro e andar pelo asfalto, sendo quase atropelado. Ele teve a impressão de que o homem recebeu um telefone com alguma notícia que tirou o chão dele, para que tomasse tal atitude. Meu marido pensou em parar para ajudá-lo, mas como estava com Sophia no carro, desistiu, mas viu uma patrulha de polícia vindo logo atrás e se acalmou. Como julgar um ato destes? Fiquei imaginando o que me deixaria tão atordoada a ponto de caminhar desnorteadamente pelo meio da rua... O que me dá uma base, uma segurança, que se me fosse tirada agiria desta maneira? Minha filha, meu marido, minha família, constituem a abase da minha vida, nem gosto de pensar muito em como ficaria ao perdê-los, apesar de saber que um dia isto fatalmente acontecerá, prefiro pensar na vida real. Beijos, Fabi.

Feito a Mão disse...

Eita saudade arretada de prosear contigo... passando rapidinho pra deixar um cheiro e pra tu não me esquecer...
Lindo post. Amo a vida e sou grata por cada segundo...

O comentário é rapidex, pois hoje vou aproveitar a folguinha de nada que estou tendo pra visitar minhas amigas blogueiras amadas...
BJks

Elaine disse...

Rosi,

Li e estremeci, meu coração ficou apertado. Espero sinceramente que o momento de desespero deste homem tenha passado e que ele encontre forças para superar o que quer que seja que o tenha deixado deste jeito.

Bjs, Elaine

Katia Bonfadini disse...

Rosi, imagino o impacto que essa cena teve sobre você. Há alguns meses soube de um conhecido que se suicidou pulando do alto de um prédio. Era um rapaz jovem e bonito, mas tinha problemas psiquiátricos. Eu não consigo nem dimensionar o desespero de quem acha que acabar com a própria vida é a melhor solução pra seus problemas. Amo tanto a minha vida, minha família, meus amigos... se eu pudesse viver 200 anos, eu o faria. Concordo com você e depois de uma boa noite de sono, um bate papo com amigos ou uma sessão choradeira me sinto pronta pra outra. Nada como sacudir a poeira e dar a volta por cima!!!! Beijos!