17 março 2011

Maternidade: só vivendo para sentir

Minha gestação foi tranquila, curti cada momento, consegui segurar a ansiedade na boa. A partir do oitavo mês, a coisa mudou radicalmente. Além do peso da barriga, o clima estava quente demais, o que me deixava irritada e ansiosa.

A verdade é que o Dudu é um bebê bonzinho, só chora com fome e fralda molhada, mas é exigente, não gosta de ficar sozinho, quer atenção. E juntando com as noites mal dormidas, virei um farrapo humano, quase incapaz de tirar o pijama ou de dar um pulinho no mercado. É inevitável que já me perguntei se sou a única a ficar tão desorientada com a nova vida. A resposta é não. Li que isso acontece com quase todo mundo.

O pós parto não foi fácil, afinal tinha acabado de passar por uma experiência exaustiva, em termos físicos e emocionais, que foi dar à luz. e estar me recuperando de uma cirurgia, com pontos por cicatrizar e com cólicas e nauseas. Ao mesmo tempo, estava tentando amamentar e os seios doloridos e todo o dilema da amamamentação foi uma barra pra mim.

Cheguei à conclusão que estava estressada. Estava tão cansada, não consigo me achar bonita porque toda vez que abro o armário para decidir que roupa cabe em mim, vejo um corpo semi-grávido. Banho, então, nem pensar, só quando o marido tá em casa. Além disso me preocupo com os horários das mamadas, do banho, etc, etc, etc... Sem falar na chorona que me tornei, choro por tudo, fico emocionada, uma loucura. Coitado do marido que aguenta minhas crises.

Uma das saídas foi dar um tempo na rotina, aproveitei o feirado do Carnaval e final de semana posterior para viajar, ver gente, conversar. Claro que ainda não pude ir no cabelereiro dar um trato no visual, mas vou ao shopping nos próximos dias, quero aproveitar e levar o Dudu para sua estreia, afinal paulistano que se preze, ama shoppings. Também voltei a ler minhas queridas revistas e não abandono o blog, aliás o blog fez aniversário e nem lembrei. Relapsa!

O que me dói é ver o duelo na internet travado por mães que se sentem melhores que as outras porque tiveram a experiência do parto natural e da amamentação exclusiva por muitos meses. Gerou-se uma expectativa em torno de seu papel, de ser perfeito...Cansativo. Eu não tive um parto normal porque a natureza não permitiu que a dilatação acontecesse, que as dores viessem, eu não amamentei tanto quanto e da maneira que gostaria, mas dei a luz a um filho lindo que amarei pra sempre e educarei da melhor forma (e não a imposta pela legião de mães xiitas).

Sou 100% a favor da licença maternidade. Todas (e todos os pais também) temos o direito de ficar com nossas crias nesse momento que é tão especial. Ao mesmo tempo que apoio aquelas que optam por deixar de trabalhar para se dedicar exclusivamente aos pequenos. Aí eu me dou conta que essa fase vai passar e deixar saudades. E mesmo ficando estressada às vezes, vou me sentir culpada como toda (boa) mãe quando precisa deixar seu filho em casa para fazer hora extra ou ir naquele happy hour com as amigas. Isso não quer dizer que não vou querer fazer programas sozinha, mas sei que vou ficar naquele dilema de estar fazendo a coisa certa.

12 comentários:

Edna Fernandes disse...

é um mix de sensações o tempo todo, a momentos que me sinto a melhor mãe do mundo a outros que tenho vontade de morrer por não conseguir dar conta.
O Pedro é extremamente parecido com o Dudu na personalidade, o que mais me deixa aflita e de pensar no momento que a licença acabar, vai doer muito ter que deixar ele, por mais que eu trabalhe na rua em que moro, me da uma dor no coração só de pensar, e sei que muitas mães já passaram por isso e muitas vão passar.
muitos bjs pra vc e pro Dudu

chica disse...

Tudo isso é bem normal.Ninguém é super mulher e p cansaço bate mesmo. O importante é estar ao lado dessas coisinhas lndas, ir se adaptando...o resto se ajeita!beijos,tudo de bom,chica

Blog da Myla disse...

Eu adoro seu blog.
Não tenho filhos, mas acho o máximo ler suas angustias, alegrias e desabafos.
estou muito querendo engravidar esse ano, mas sabe aquele medo que da né??
mas passei aqui so pra dizer que me divirto muito com vc e seu blog.
E não se preocupe vc e uma Super mãe, e ninguém pode ditar regras na educação e criação do seu filho além de vc.

bjsssss

Bruna disse...

Rosi,
concordo tanto com seu post que eu poderia te-lo escrito sem tirar uma virgula.
Também nao tenho do q reclamar do Pedro, só chora para satisfazer suas vontades, mas exige muita atenção, é o dia todo no colo e quase nao dorme de dia. Me sinti exausta, acabada mesmo... a fase do choro está melhorando agora.

Quanto ao duelo de mães, esses dias mesmo postei uns comentarios sobre isso... tive um PC e se soubesse da beleza nao teria me sentido culpada (como a maioria das maes) ao ver meu parto encaminhar para cesarea.

Além disso o Pe teve que complementar com NAN no começo... vejo maes se sentirem arrasadas ou evitando isso... mas qndo é o melhor para o bebe, por que não?

me pergunto: até qndo essa competição descabida de mães ideais continuará? ´por quais outras etapas do desenvolvimento lutaremos achando q o melhor é o ideal comum ou o ideal da nossa realidade?

adorei seu post

bjus

Bicho Mãe disse...

Rosi, penso que não existe uma receita para ser a mãe perfeita, cada uma faz o que é melhor para ela e para o bebê, de nada adianta a mãe ficar lutando para amamentar exclusivamente no peito se não é dela isso, se para ela não é possível. O mais importante é ficar bem com ela mesma e com seu bebê. Cada mãe sabe seu limite e sabe julgar o que é melhor para ela e filho. O resto, só o tempo vai ensinar...

Beijinhos

Blog da Myla disse...

Sou de Recife sim..
Adoro morar aqui..
Bjsssss
e um cheirinho no dudu..

se puder me segue.
bjssss

Sandra Kautto disse...

Assino embaixo! Querida, eu nem sei mais quem sou, pq sempre que olho para mim vejo apenas uma "mamadeira" ambulante... tem alguns dias que nem escovar os dentes consigo, não entra na minha lista de prioridades...
Daí o estresse vem a 1000... mas sei que essa fase passa e outras fases difíceis virão e outras boas também, mas ser mãe é justo isso!!! E eu achando que a gravidez nos deixava meio louca, que nada!!! A maternidade é que nos deixa completamente sem noção...mas também nos faz plenamente felizes!!!

PS: Hoje eu fugi! Deixei o pequeno com o pai e fui sozinha ao supermercado...e tenho que confessar que foi bom!

Beijos mil

Retratoterapia disse...

Rosi,
eu concordo com você plenamente em tudo, eu já estou trabalhando e a minha pequena só tem 1 mês e meio, mas preciso trabalhar, me adaptei a fazer meus prazos fora de hora, de ir ao forum correndo, de fazer audiência sempre com um acompanhante.... muitas pessoas inclusive de outros blogs falam que eu sou louca que nunca faria isso. Cada um sabe exatamente o que fazer o que é necessário.
Eu parei de dar corda para algumas pessoas, pois quero ser uma super mãe para minha filha, o resto não quero nem saber.
Eu queria ter tido um parto normal, mas não deu, queria não sentir dores nos seios não deu, queria não ter que dar chupeta, não deu.... mas mesmo assim minha filha engordou o suficiente cresceu o esperado, ficou resfriada por conta desse tempo louco, mas é super mega saudável, dorme bem, quer colo e atenção toda hora e tudo isso é muito bom.
Esse duelo é coisa de quem quer mostrar ser melhor, quando o que realmente importa é ser melhor para o próprio filho. E isso eu até agora acho que sou.
é muita coisa junta e tudo misturado....
beijos

Noemi disse...

Maternidade é mundo cercado pela dualidade da complexidade e simplicidade. Realmente só quem vive sabe do ônus e bônus, no qual mesmo cansada, estressada se rende ao simples sorriso do filhote, que faz esquecer qualquer dor. Sempre digo: mãe sabe, mãe pode! Cada mãe tem um caminho a seguir, por isso não acredito que exista competição. Cada um milita por aquilo que acredita. Ser mãe é fazer escolhas e arcar com suas consequencias. Apenas uma mãe conhece a realidade do seu lar, do seu estilo de vida e sabe onde o sapato aperta e quanto de areia consegue carregar e quais ajustes precisa fazer para alcançar equilíbrio e tranquilidade. Não existe certo e errado, há apenas indicações. No entanto é preciso estar seguro das decisões que tomar. O filho é da mãe (não é do médico, nem da vizinha muito mesmo da amiga) então a mãe é responsável pelas escolhas que faz e milita por aquilo que julgar melhor. Viva a diversidade de opinião. Já reparou que a todo momento você se justifica se mostrando insegura das suas escolhas, e se compara a outras mães que pariram, que amamentaram, que optaram por um estilo de vida diferente do seu? Não faça isso, você só pode ser comparada a você mesmo e mais ninguém. Esteja certa das suas escolhas e seja feliz, não se sinta culpada, busque informação que te tranquilize quanto a isso, a vida é sua as escolhas são suas. Temos que parar de dizer que existe competição, pois isso não existe. Cada um vê o mundo com seus próprios olhos e faz sua própria leitura de mundo. Muitas vezes queremos dividir esta nossa leitura, por acreditar que nossa perspectiva é a melhor. Mas é melhor pra quem? Cada um acredita naquilo que deseja, luta por seus desejos, comemora suas vitória (a partir da sua perspectives) e reconhece as derrotas como seres falhos que somos e mundo continua a rodar, por isso viva o livre arbítrio.

Rafaela Pâmela disse...

A chegaqda de um novo baby é dificil pra todas nós, mas com o passar do tempo as coisas vão tomando o seu lugar, e claro que aquele banho de meia hora relaxado vai ser bem dificil de tomar, mas faz parte hahahaha.
Realmente quando estou indo pra facul e deixando a Lara tão pequenina com minha sogra ou tia do Léo, eu bem que me sinto culpada, vem na minha cabeça que eu podia ter trancado esse período pra ficar mais com ela. Mas aí vem a razão (que é o Léo) e diz que eu tou fazendo a coisa certa, eu passo o dia cuidando dela, amando-a e se tem pessoas que ta,bém querem e fazem questão de nos ajudar eu deveria ficar feliz, até pq se eu trancar e acostuma-la só cmg, ela pode virar um chicletinho e depois sofrer mais. Enfim ser mãe é um eterno dilema,as coisas vão se ajeitando aos poucos ;)
Mas desde de que começaram as aulas, eu confesso n presta a atenção, minha cabeça e eu coração ficam com a Lara hihihi ;**

Fla disse...

Rosi, ainda não tenho filhos, mas penso exatamente como você.
Assino embaixo.
=)
Bjs

Tati disse...

hahaha
Rosi, bem vinda ao clube! kkk
Nada é exclusividade sua. E mesmo o dilema criado pela "guarda nacional da mãe perfeita". Sabe que até caixa de supermercado já deu palpite de como eu devia cuidar do Bê quando ele era bebê? Juro!! Mas esta parte melhora (um pouquinho) depois.
O cansaço acentua tudo. As coisas vão se ajeitando, vocês vão criando uma relação que é só de vocês, e aprendendo a fazer ouvido de mercador para os palpiteiros de plantão.
Você tem feito um ótimo "trabalho" com o Dudu.
Beijos.